Estive Pensando...



A amizade... O que é isso?
Amizade são balões que você desenha carinhas neles e conversa com eles sempre que se sente sozinha. Ao menos eles não revelarão seus segredos, e estarão sempre sorrindo pra você. Se dizem que o sorrir é a chave para espantar a tristeza, existe algo que corresponda melhor que isso?

Mas tem um problema.... Até os balões nos abandonam... eles estouram...

O que significa essa palavra?
Amigo Muito Incrível Zangado Ambicioso Duvidoso Esquecido? - Seria isso?

Porque Jéssica, porque você pensa assim?
Simples...
Onde estão os amigos agora?
Será que eu realmente tenho amigos?
Quando os vi da última vez?
Será que eles sabem que eu ainda existo?
...

Sabe, minha juventude não foi como a da maioria dos adolescentes. Eu não era convidada pra dormir na casa das minhas amigas e nem era chamada pra passar uma tarde fazendo um cineminha entre amigos.
Eu cresci brincando com os garotos da minha rua, as meninas só queria saber de bonecas e compras enquanto eu queria brincas de pega-pega, subir em árvores e jogar vídeo-game.
Cresci ao redor de jogos de Mário Bros, tampões do dedão que se arrancavam correndo na rua e roxos por toda a perna de bater nos brinquedos de ferro do parquinho. Essa foi minha infância. Ah, claro, não esquecendo o RPG de mesa que a gente jogava num escondidinho na casa de um amigo já falecido, que Deus o tenha, era muito legal!
Já na adolescência não foi muito diferente. Na escola, eu sentava no meio dos meninos, eles eram melhores amigos que as meninas que só pensavam em ficar, em beijar, em fofocar e etc... E como eu (não sei porque) estava sempre namorando, nunca solteira, fui meio que excluída dessa sociabilidade feminina. acho que é pela minha supercarência em ficar sozinha rs.
É claro que eu tive amigas, tínhamos nossos segredinhos, eu também fofocava um pouco as vezes e falava sobre coisas de menina. Mas aquilo parecia não se encaixar no meu perfil, eu queria correr, pular, gritar, fazer palhaçada, pregar peças nos professores, enquanto elas queriam pintar as unhas e passar batom.
Me juntei aos moleques, eles eram bacana, muito gente boa, me adoravam. Não no sentido malicioso nem egocêntrico, eles me adoravam porque eu era como eles, fazia piadas engraçadas, pegadinhas, ouvia o mesmo som, falava abertamente sobre diversos assuntos os quais muitas garotas ficam envergonhadas e mentem ou então ficam bravas e fogem. Eles adoravam ficar conversando sobre jogos e vídeo-games e eu também! Enquanto as meninas ainda estavam no mesmo disco arranhado "fofocas sobre as outras meninas e fofocas sobre os gatinhos que elas ficavam a cada noite"...
Não era isso que eu queria pra mim.
O lado bom de viver entre os garotos é que você aprende muito sobre eles, você se interage de uma forma igual com eles, não como se eu fosse a menininha que faz frescurinhas quando perguntam de sexo e eles fossem os predadores dominantes que sabiam sobre tudo. Não. Eramos iguais.
Já o lado ruim é que eu não jogava bola, não falava sobre futebol e carros não me atraíam. Alguns assuntos é claro fugiam ao meu alcance. Me sentia excluída até no meu próprio grupinho quando o assunto era esporte, até porque eu nunca fui boa nisso. Outra coisa ruim é que quando rolava um cineminha na casa deles, eu não podia ir.... "Onde já se viu uma garota que tem namorado, enfiada numa sala cheia de homens maliciosos assistindo filmes sabe-se lá de que???" - Era o que todos me falavam, principalmente a família.
Depois que as aulas acabam, parece que a amizade também acaba. Ninguém mas vê ninguém. Ninguém telefona no meu caso nunca ninguém telefonou antes, não iriam fazer isso agora..., ninguém se importa mais em rever aquela pessoa que uma vez fez parte da sua vida.
Então eu me pergunto, se a amizade realmente existe, ou se é algo ilusório que as pessoas inventaram pra cobrir aquele vazio temporário quando se encontra alguém que satisfaz suas carências momentâneas.
Porque depois que se distanciam, não há mais contato, não há mais notícias, não há mais nada em comum que façam aquelas duas pessoas que riam juntas no passado, se encontram novamente hoje.
Acho que os amigos virtuais estão substituindo os amigos reais. 
As pessoas do outro lado da tela, que podem estar a quilômetros de distância de você, parecem querer te ver todos os dias e se importam com você mais que os outros. Muitos podem estar sendo falsos, pois não sabemos o que rola por trás da tela do computador e se os sentimentos que dizem ter são verdadeiros. Mas pra levantar a estima de alguém, o importante não é fazê-la deixar de chorar e querer sorrir? Se isso funciona, já é melhor que nada.
Mas acho que não dá pra generalizar. Até hoje tenho ainda melhores amigas e alguns amigos.
Mas... minhas duas melhores amigas estão casadas com vinte anos e meus amigos me dão um "oizinho" com os olhar e um sorriso quando cruzamos a rua, porque estão muito ocupados trabalhando e correndo atrás de garotas... ainda.
Enquanto eu, estou aqui, operada, sem poder correr, sem poder pular, sem poder ir na casa de um amigo pra mostrar que ainda lembro dele, e sem poder ligar, pois o telefone que é bom, ninguém passa, ou os que tinha no tempo da escola, não funcionam mais.
De uma classe de 40 alunos, de uma porrada de amigos, apenas uma veio me visitar e ver se estou bem.
Eu sou uma forever alone literalmente...

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